Botucatu conta com quatro Casas de Apoio para pacientes e acompanhantes atendidos pelo HC

Há 17 anos, em janeiro de 2006, foi inaugurada a primeira ‘Casa de Apoio” na cidade de Botucatu, para acolher pacientes atendidos no Hospital das Clínicas da Unesp de Botucatu e seus acompanhantes.

Hoje a cidade conta com mais três unidades, com capacidade para acolher até 104 pessoas (entre pacientes e acompanhantes) e as 4 Casas de Apoio são compostas por um grupo de 25 colaboradores e funcionários.

Origem das Casas de Apoio

Em entrevista ao Tribuna Ourinhense, Rubens de Almeida, o ‘Alemão’, Diretor das Casas de Apoio do HC nos contou a origem destas Unidades. “ Quis Deus que um dia (desses que só a força DELE pode dar suporte para continuarmos a ir em frente) eu me deparasse com um senhor da cidade de Paraguaçu Paulista (lamento por não me lembrar do seu nome) que estava deitado embaixo de uma das muitas árvores existentes dentro do campus Universitário da UNESP, sentindo-se muito mal. Claro que de imediato busquei ajudá-lo, no entanto, sua esposa (uma senhora também idosa) me disse que aquele ‘mal estar’ era passageiro, pois todo dia após as aplicações que ele recebia o quadro era o mesmo. Muito enjôo e depois de alguns minutos tudo voltava ao normal. Fiquei muitíssimo indignado com tudo o que acabava de presenciar, até porque, achava aquilo um abuso. Mesmo aliviado ao ouvir as justificativas daquela senhora, imediatamente, levei o fato ao conhecimento do Doutor Pasqual Barretti, na oportunidade, Supervisor do HC. Pressenti que algo de bom iria acontecer, pois, o amigo Pasqual, logo no primeiro momento me fez acreditar que aquela queixa seria o ponto de largada para a solução dos muitos problemas deste nível enfrentados pelos pacientes, especialmente, aqueles que residem em cidades distantes de Botucatu. Graças a Deus tudo caminhou do “jeito que a gente gosta”. Estávamos vivendo o mês de julho de 2005, bem próximo do final do meu mandato à frente da ASU (Associação dos Servidores da UNESP) e, naquele mesmo mês recebi autorização do ilustre Supervisor para, junto com a Assistente Social, Solange de Moraes – na época responsável pelo Serviço Social Médico do HC – esboçar um programa que viesse por fim a essas lacunas (injustiças) ocorridas normalmente nos pós atendimentos médicos, dispensados pelo HC. Sem medo de errar, pensamos em montar uma “casa” que pudesse abrigar, com dignidade, todos esses pacientes “forasteiros”. Nosso primeiro passo foi correr atrás de um prédio que oferecesse condições, no sentido do projeto sair do papel. Não deu outra: poucos meses depois (janeiro de 2006) inauguramos a primeira Casa de Apoio ao Paciente Oncológico, com capacidade para acolher 44 “hóspedes” de outras localidades, que se submetem a quimio e radioterapia aqui no nosso HC. Foi prazeroso demais”, recorda.

De acordo com ‘Alemão’, o sucesso da primeira Casa de Apoio fez com que o processo para a segunda e a terceira unidades acontecesse naturalmente. “O funcionamento do primeiro ‘abrigo’ caminhava maravilhosamente bem, apesar do número pequeno de colaboradores que tínhamos ao nosso lado (cinco funcionários e cinco plantonistas), tanto que vislumbrávamos um segundo empreendimento deste nível. Isso foi só uma questão de tempo: dois anos após essa brilhante conquista, a “casa” que hoje abriga crianças também começou a funcionar. Tudo foi acontecendo de um jeito magistral, algo que possibilitou outra ‘moradia’ sendo entregue alguns meses adiante e por fim, posteriomente, a nossa quarta Casa de Apoio. Aliás, uma oportunidade que tivemos em ver os nossos esforços serem reconhecidos fora de Botucatu, mais propriamente, na esfera maior do país. O Ministério da Saúde veio ‘buscar’ o nosso programa com vistas a implantá-lo em outras cidades brasileiras”, conta orgulhoso.

Parceria e Apoio

O Diretor das Casas de Apoio do HC ressaltou ainda a nossa reportagem, que o sucesso e o bom funcionamento das Casas de Apoio até hoje, só foi possível graças a parceria com a diretoria da FAMESP e o apoio da direção do HC. “Hoje, com as graças DELE, o nosso PAI (Deus) e também com todo o respaldo necessário da Diretoria da FAMESP (que nos acompanhou, bem de pertinho, até 2018) e depois, com respaldo irrestrito da própria direção do Hospital das Clínicas, possuímos quatro ‘lares’ carinhosos; conseguimos acolher 104 pessoas (pacientes e seus acompanhantes) e somos um “time” de 25 colaboradores, funcionários, bastante unido e pronto para oferecer um serviço de qualidade a quem nos procura”, concluiu.

Acompanhante de paciente faz elogios

Em entrevista ao Tribuna Ourinhense, Adriana Aurélio que ficou em uma das Casas de Apoio, por uma semana, como acompanhante de seu marido, José Paschoal, que estava internado no HC, falou sobre a experiência de ser acolhida. “Tive a experiência maravilhosa de ficar alguns dias hospedada na Casa de Apoio de UNESP de Botucatu, uma equipe maravilhosa, fui tratada com muito amor e carinho por todas as funcionárias, Cecilia, Luciana, Aline, Janete e á Janaína Não só eu, como todas as pessoas que por algum motivo estavam ali, o carinho é imenso com todas as pessoas, você se sente em casa. Um lugar de muita paz, conforto, atenção, um ambiente maravilhoso, agradável e com todas refeições muito bem servidas e à vontade (café da manhã, almoço, café da tarde, jantar e chá da noite). Quero expressar minha GRATIDÃO e meu AGRADECIMENTO à todas as funcionárias, ao Sr. NENO que agilizou a minha estadia na casa, falando com o Sr. ALEMÃO que foi um anjo enviado por Deus, me deu todo apoio e deixou a casa a minha disposição quando eu precisar, e se propôs a arrumar um apartamento ao meu esposo, caso demorasse para ser transferido para Ourinhos . Só DEUS para pagar tdo que fizeram por nós. Minha eterna GRATIDÃO ao Sr. ALEMÃO!”.