A um ano das eleições municipais, os dois prováveis candidatos querem o apoio do PL de Ricardo Madalena
A um ano das eleições municipais, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, é a “bola da vez” na política santa-cruzense. A legenda é uma das poucas que ainda não decidiram, mesmo informalmente, qual candidato a prefeito apoiar em 2024. O presidente do PL, Rafael de Oliveira, diz que o grupo só deve anunciar esta escolha em dezembro. Por enquanto, segundo ele, o foco do partido está na escolha da chapa para disputar vagas na Câmara.
O problema é que o ex-prefeito Otacílio Parras (PSB) anunciou em abril que o vereador Milton de Lima (PL) será o candidato a vice em sua chapa. Milton é o líder do PL na Câmara, mas o anúncio pegou o partido de surpresa, uma vez que Otacílio não consultou o diretório para fazer o anúncio.
Ao mesmo tempo, o prefeito Diego Singolani (PSD) também negocia o apoio do PL. O vice-presidente do diretório municipal é o vereador Adilson Simão, o líder do governo na Câmara. Além disso, há outros membros do PL que pregam o apoio a Diego.
A divisão é praticamente certa. Se o PL decidir apoiar Diego, haverá uma debandada de vários filiados simpáticos a Otacílio. E vice-versa.
A indecisão é problemática, uma vez que o PL recebeu novos filiados nas últimas semanas. Um deles é o ex-vereador Murilo Sala, candidato derrotado a prefeito pelo Podemos nas eleições de 2020. Sala já assinou a ficha de filiação e defende o apoio a Diego Singolani como candidato a prefeito. Como Murilo não detém cargo público, ele poderá trocar novamente de partido caso o PL resolva dar o apoio a Otacílio.
Existe, ainda, a indefinição do maior líder do PL em Santa Cruz do Rio Pardo, o deputado Ricardo Madalena. Até agora, Ricardo tem evitado endossar apoio a um ou outro candidato a prefeito, alegando que sua situação é delicada. Amigo de Diego Singolani, ele é primo do ex-prefeito Otacílio, daí sua posição atual de incerteza. Ele brinca que, na hora da decisão obrigatória, vai tirar férias.
Na verdade, é provável que Ricardo Madalena não formalize o apoio a qualquer um dos candidatos a prefeito, mas libere o diretório do PL para fazer a escolha. Se Madalena resolver apoiar um dos dois candidatos a prefeito, ele só vai fazer este anúncio perto das eleições do próximo ano.
Por enquanto, em termo de apoios partidários, Diego Singolani está em vantagem em relação ao seu oponente. Além do PSD, ele deverá ser apoiado pelo Republicados – cujo presidente é o vice-prefeito Edvaldo Godoy – e pelo PSOL. Este último vai lançar candidatos a vereador pela primeira vez em Santa Cruz e seus líderes já informaram que vão apoiar Diego, mas sem uma coligação formal.
Otacílio, por sua vez, tem o PSB sob seu controle e o apoio praticamente certo do MDB, partido que tem entre seus filiados o médico Mauro Assis, filho do ex-prefeito.
Outras legendas tradicionais em Santa Cruz do Rio Pardo tendem a ficar fora das eleições. É o caso do PSDB, que dominou o cenário político da cidade entre 2001 e 2012. Hoje, a principal liderança dos tucanos é a ex-prefeita Maura Macieirinha, mas há rumores de que ela deve sair do partido.
Outra legenda que está voltando é o PP, que teve no ex-prefeito Joaquim Severino Martins uma de suas principais lideranças no passado. Nas eleições do ano passado, o diretório nacional apoiou a candidatura derrotada de Jair Bolsonaro à presidência, mas ainda não definiu por um candidato a prefeito na cidade.
A legenda está sendo reestruturada em Santa Cruz pelo ex-vereador Luiz Carlos “Psiu” Novaes Marques, que admite estar “reservando espaço” para o vereador Juninho Souza. Eleito pelo Republicanos, Juninho sabe que sua atual legenda deverá apoiar Diego Singolani e, por isso, provavelmente vai deixar o partido. No entanto, o vereador ainda não definiu se vai se filiar ao PP.
Para arrebatar os partidos, Diego ainda conta com um discurso político mais atraente. Afinal, se for eleito no próximo ano o atual prefeito só terá mais quatro anos de mandato, deixando o caminho livre para outros pretendentes ao cargo em 2028. Já Otacílio, caso seja eleito, certamente deve se candidatar à reeleição quatro anos depois e ainda lançar o filho Mauro como seu sucessor político. Ou seja, há o desejo de implantar uma espécie de “dinastia” política.
FONTE: Jornal Debate
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