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Neurologista fala sobre a importância da especialidade no atendimento a pessoas com transtorno do neurodesenvolvimento




Nesta semana, a reportagem do Tribuna Ourinhense entrevistou  a  médica neurologista Nely Sartori que nos falou sobre a importância desta especialidade para o atendimento a crianças e adolescentes com transtorno de neurodesenvolvimento, dentre as quais, aquelas com TEA (Transtorno de Espectro Autista) e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). 


Confira abaixo a entrevista:

Tribuna Ourinhense: Conte-nos um pouco sobre sua formação, especialização e principais atendimentos que realiza atualmente?

Nely: Sou neurologista, com residência médica pela FAMEMA, de Marília. A residência médica é uma formação após a faculdade de mais 3 anos (no caso da minha), onde por 40 a 60h/semana, nos dedicávamos ao estudo de patologias neurológicas. Realizávamos o atendimento na maior parte, em maiores de 14 anos, mas éramos responsáveis por qualquer criança, que nascia ou internava com algum problema neurológico como: epilepsia, paralisia cerebral, doenças neuromusculares, neurodegenerativas, erros inatos do metabolismo, enxaqueca, entre outras. Após a residência médica, atuei como docente na Faculdade de Medicina de Assis, na área de neurologia e urgência e emergência e responsável por avaliações neurológicas de adultos e crianças na Santa Casa de Assis, cuja atividade estou encerrando neste mês. Atuei por aproximadamente 1 ano na Unimed Norte Pioneiro, somente no atendimento de crianças e adolescentes, no Ambulatório de Pediatria da Santa Casa de Ourinhos, por 1 ano (somente crianças), em São Pedro do Turvo (quase 2 anos, somente crianças), na Clínica Saber de Ibaiti, estou há 3 anos, na Clínica Integrar em Santa Cruz do Rio Pardo, e Santo Antônio da Platina (PR) por aproximadamente 2 anos, atendendo que, quase exclusivamente crianças e, dessas, a grande maioria com transtorno do neurodesenvolvimento. Desde 2022, atendo em média 100-120 crianças com transtornos do neurodesenvolvimento/mês. Na verdade, não existe uma especialidade em Autismo. Muitos divulgam ser especialistas em autismo, mas isso é uma formação pedagógica. Pelo nosso Conselho de Classe, somente podemos divulgar uma especialidade se tivermos o RQE, que é um registro de qualificação da especialidade, conferido ou por meio de Residência Médica ou por Prova de Título da Especialidade, reconhecida pelo nosso Conselho. Quando o médico se forma, se ele achar que é capacitado, pode atender qualquer área, somente não pode divulgar uma especialidade que não possua, para não confundir a população. 


Tribuna Ourinhense: De que forma é feito o atendimento das crianças com TEA e seus familiares e qual sua atuação junto às escolas?     

Nely: Quando chega um paciente com autismo ou outro transtorno do neurodesenvolvimento, acolho essa criança e a família. Avalio essa criança, por meio de brincadeiras (consultório tem diversos tipos de brinquedos), interajo para ver sua resposta, nisso já estou também avaliando aspectos do exame físico neurológico que é complementado, se ela me permite no primeiro encontro. Nosso encontro é de 1h – 1h15. Coleto toda a história dessa gestação, do seu neurodesenvolvimento até a idade em que se encontra, solicito as avaliações necessárias tanto para a confirmação diagnóstica, embora muitas condições o diagnóstico seja clínico, os protocolos solicitam que sejamos cautelosos e avaliemos outras causas que justificassem o quadro. Oriento os pais, busco conversar e esclarecer as dúvidas e angústias desse processo. Após o diagnóstico estabelecido, realizo os laudos, solicito as intervenções necessárias para cada condição. Também envio uma carta para a escola, que deve ser sempre, uma grande parceira da criança, família e dos profissionais da saúde. Quanto a nossa atuação na escola, no ano passado, fizemos um simpósio com quase 400 professores, gratuitamente, para conversarmos sobre TDAH. Sempre realizamos palestras gratuitas para as escolas, com a finalidade de expandir o conhecimento e nos tornarmos mais próximos, pois Saúde e Educação na neurodivergência devem caminhar sempre juntas. Mas temos um projeto com outros profissionais para realizarmos capacitação para pais, professores e profissionais de saúde, casos as prefeituras tenham interesse, pois acreditamos que o conhecimento transforma. 

Tribuna Ourinhense: De que forma as escolas devem atuar para a inclusão destas crianças e adolescentes?

Nely: As escolas, não importa se municipal, estadual ou particular, devem sempre trabalhar a inclusão das crianças e adolescentes neurodivergentes e caso não saibam, aprender como lidar com situações particulares que podem acontecer (gerenciamento de situações que gerem crises). Também deveríamos propor um plano de ensino individualizado para acolher e acompanhar essa criança ao longo de sua vida escolar que envolvesse escola-família-profissionais de saúde e pais de crianças não neurodivergentes. A escola é um lugar com muitas possibilidades para essas crianças e o professor se capacitado, é um instrumento muito valioso para transformar vidas. Pois a criança, de segunda a sexta-feira, intercalará praticamente o seu dia entre escola e terapias (intervenções). 


Tribuna Ourinhense: Qual a orientação que você dá para os pais de crianças transtorno do neurodesenvolvimento?

Nely: Como neurologista oriento a todas as mães, pais e familiares a perceberem qualquer atraso no neurodesenvolvimento, isso para famílias que ainda não possuem uma criança já com diagnóstico. Para as mães de crianças com TEA ou outro transtorno do neurodesenvolvimento, oriento sempre buscar e lutar pelo melhor para seu filho. Não podemos desistir, mesmo estando cansados, pois é uma batalha cansativa. Se nossa cidade ou nosso convênio não oferece a terapia correta, com profissionais com formação adequada, na quantidade correta, precisamos lutar para que isso aconteça… as crianças não tem tempo, cada dia é importante para o seu neurodesenvolvimento e ganho das habilidades necessárias para uma vida com autonomia e qualidade de vida. Também os oriento a saber cada vez mais sobre o que o seu filho possui, suas comorbidades, entender como as terapias e medicações funcionam. Uma mãe orientada é uma parceira do médico, e essa criança terá maiores possibilidades do que em uma família onde os pais não são orientados e capacitados para estimular essa criança.


Como ser atendido?  

As famílias que tenham interesse em saber mais sobre o atendimento feito pela Dra. Nely, podem ir pessoalmente a CLÍNICA EXPRESSAR SAÚDE E EDUCAÇÃO, na Rua Justino de Carvalho, 1003 - Jardim Matilde. 


Palestra Online

Nesta quinta-feira, 06, às 20h30, a Dra. Nely fará uma palestra que terá como tema principal, a proibição dos celulares nas escolas e as possíveis consequências desta medida para os alunos.

Quem tiver interesse em assistir à palestra, basta clicar no seguinte link da página profissional da Dra. Nely no Instagram:  

https://www.instagram.com/dranelyneurologista/


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