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Filhas de paciente comemoram sucesso de transplante de coração que 'viajou' 700 km em jato da FAB: 'Emoção indescritível'

 Mulher de 61 anos recebeu no dia 1º de janeiro o órgão que veio de Goiás. Equipe do Hospital das Clínicas da Unesp, em Botucatu (SP), é a segunda em transplante cardíaco no estado, com meta de 24 procedimentos neste ano.

Filhas de paciente comemoram sucesso de transplante de coração em Botucatu que 'viajou' 700 km em jato da FAB — Foto: Luciana /Arquivo pessoal

Há quem, na virada do ano, deseje dinheiro. Outros, amor e prosperidade. Para as filhas da primeira idosa transplantada no Hospital das Clínicas (HC) de Botucatu (SP), em 2023, só havia um pedido possível: mais uma chance para a vida da mãe.
A chama de esperança foi acesa nelas quando receberam a notícia de que havia um coração saudável disponível para a mãe, aos 61 anos. A cirurgia do transplante dela, feita em 1º de janeiro, foi concluída – e com sucesso.
Coração viaja 700 km em jato da FAB para primeiro transplante do ano no HC de Botucatu — Foto: HCFMB/Divulgação

nome da paciente não será divulgado na reportagem, em acordo com a Lei dos Transplantes n; 9.434/97 que prevê que a identidade de doadores e receptores de órgãos é resguardada, conforme estabelece o artigo 52 do Decreto n; 9.195/97. O sigilo tem a finalidade de proteger ambas as partes do ponto de vista ético, jurídico e emocional.
Ao g1, as filhas da paciente, Luciana, de 36 anos, e Rosiana, de 35 anos, contaram que há 10 anos a mãe sofria de uma insuficiência cardíaca grave. Desde 2021, o quadro piorou, o que diminuiu ainda mais as chances de sobrevivência da idosa.
A única opção restante para ela era o transplante. Foram três meses de internação e espera, até que, enfim, as filhas puderam respirar com a notícia de que o novo coração chegava de Goiânia.
"Durante a virada de ano ela pediu de forma convicta um coração novo, e no dia seguinte recebemos a notícia pela equipe, que além de compatível o órgão vinha de um doador muito saudável, foi uma emoção indescritível. O pedido foi realizado, daqui pra frente não é só um 'coração novo', é uma nova história de vida, graças ao ato de amor", relembram.
A operação de busca do coração mobilizou diversos profissionais e contou até com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), já que, para que a idosa pudesse receber o transplante, o órgão viajou cerca de 700 quilômetros até o interior de SP.
Coração viaja 700 quilômetros — Foto: Arte/g1

Com o coração, agora novo após o transplante, cheio de alegria e emoção, a idosa receptora agradeceu o empenho dos profissionais e, principalmente, os familiares do doador.
“Ter recebido essa doação na virada do ano, é como encerrar um ciclo, fechar um ano super difícil de luta pela vida na certeza que vencemos e ao mesmo tempo renascer cheias de esperança para um ano, que acreditamos, será cheio de bençãos, desde o primeiro dia”, celebram.
Apesar da caminhada ser longa e a recuperação delicada, as filhas garantem que a idosa tem respondido bem após o procedimento.
“Cheia de vida e com vontade de vencer mais uma vez. Minha mãe é uma grande mulher e tem muita fé. Sabemos que isso a manteve inteira esse tempo todo, até o dia em que Deus honrou nossa fé e devolveu não só para nós, mas para todos ao nosso redor a esperança de dias melhores”, relata.

Importância da doação
Serviço de transplante cardíaco do HC vem ganhando importância desde sua fundação — Foto: Reprodução/TV TEM

O serviço de transplante cardíaco do HC vem ganhando importância desde sua fundação, em 2019, e tem a meta de realizar 24 procedimentos do tipo em 2023. Na mesma semana do procedimento da idosa, foi realizado outro, o que mostra o dinamismo do serviço.
Em 2019, foram sete transplantes realizados no HC de Botucatu, subindo para 14 em 2020 e 18 em 2021. Em 2022, foram 13 cirurgias.
A prioridade é para moradores do Departamento Regional de Saúde (DRS), mas pacientes de outros estados também já foram beneficiados.
Pioneiro no interior paulista, o programa de transplante cardíaco do hospital é considerado o segundo maior centro transplantador do estado, atrás apenas do Instituto do Coração (Incor), na capital.
Não é incomum a utilização de aeronaves da FAB, e até mesmo do helicóptero Águia da Polícia Militar, no transporte de corações e outros órgãos até Botucatu, já que, entre a retirada e o transplante, não podem se passar mais de quatro horas.
A informação é do cardiologista Flávio Brito, que coordena o setor de transplantes do hospital. “Normalmente, as captações acontecem em grandes centros, e nós acompanhamos desde a retirada do órgão, que é transmitida em tempo real”, explica o especialista.
De acordo com ele, toda Unidade de Terapia Intensiva (UTI) conta com uma comissão responsável por avaliar pacientes com morte encefálica, conversar com a família do paciente sobre o aval para doação e informar a Organização de Procura de Órgãos (OPO).
Com base em uma lista de espera para recebimento dos órgãos, é definida a destinação. No caso dos pacientes à espera de um coração, quase sempre são casos de internação. Em Botucatu, costuma haver, aproximadamente, de cinco a 10 pessoas aguardando o transplante cardíaco.
“O paciente em estado de insuficiência cardíaca não tem condições de esperar o órgão fora do hospital. É um quadro muito delicado, que exige muitas vezes o auxílio de máquina e medicação intravenosa”, explica o especialista.
Segundo Flávio, o Brasil hoje faz, em média, 400 transplantes de coração por ano, mas a demanda é de aproximadamente três vezes superior a este número.
“No Brasil, o número de transplantes de coração ainda está aquém da necessidade. O número de pacientes com insuficiência cardíaca é muito grande, seja por infarto, doença de chagas ou questões genéticas do coração”, explica.
É por isso que ampliar a “cesta” de doadores é tão importante, assim como implementar e qualificar as comissões responsáveis pela captação de órgãos.
“Queremos crescer e, para os cinco próximos anos, as expectativas são grandes. Queremos estabelecer aqui um Instituto do Coração. Nossa meta é de mortalidade zero após 30 dias de transplante e que 80% dos pacientes estejam vivos e com qualidade de vida boa depois de um ano”, detalha o cardiologista. Atualmente, diz ele, o índice é próximo da média estadual, de 76%.
Por causa desta alta demanda, Luciana e Rosiana reforçam a importância da doação e detalham que o ato salva vidas, assim como salvou a da mãe.
“Fica nosso apelo, reflita e informe sua família sobre ser um doador. Infelizmente ninguém quer morrer, mas esse é um contrato que assinamos quando nascemos, então se você puder fazer algo depois de ter cumprido sua missão aqui na Terra, que seja salvando muitas outras vidas com a doação de órgãos”, finalizam.

*Sob supervisão de Mariana Bonora

Fonte: G1








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